sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Cão de retinas manhadas

-
Eu tenho manchas na retina
Porque não consegui parar de olhar o Sol nascendo
Agora meus olhos se prenderam em você
E em breve também estarão marcados

Porque a beleza vicia
A sensação de alegria
E o pensamento que vai pra longe
Diferentemente do álcool
Semelhante à música
Faz a gente querer tocar
E participar da beleza desejada

E a cada momento
Quero chegar mais perto desse sol
Apesar de saber que decepções surgirão
Mas outras belezas podem aparecer

E isso é tudo besteira
De cão que ladra e não morde
Mesmo sem presas afiadas
Esse cão tem paladar
E aprecia a carne que espontaneamente se entrega a ele
.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O Sentido da Vida

-

Outro dia, numa festa de despedida de um amigo, tive a oportunidade de conversar com uma professora da minha universidade. Ela foi minha professora no começo da graduação. Agora estou no mestrado e tenho uma aluna de IC (iniciação científica) a quem tento dar alguma orientação – já para eu ir treinando para professor. Acontece que essa professora ganhou a fama – se justa ou injustamente, não posso afirmar – de exigir demais dos alunos de IC dela. Eu estava falando de como eu requisito muito pouco da menina que trabalha comigo. Não sei se foi impressão minha, mas achei que a professora se sentiu um pouco chocada.

Estamos, todos dessa história, na área de tecnologia. Então associo essa exigência toda com a corrida tecnológica do ocidente. E associo o alto grau de tecnologia a que chegamos com a ironia da degradação acelerada da natureza.

O aquecimento global, como outras catástrofes naturais contemporâneas, são eventos naturais. Não são necessariamente culpa da ação humana, acredito. Mas suponho que, sim, a humanidade tem acelerado, e talvez até ampliado o poder dessas tragédia, por não cooperar com o ecossistema.

O alto grau de tecnologia que alcançamos acelera e amplia os desastres naturais. Esse mesmo conhecimento permite reverter a situação. O irônico é que, a despeito disso tudo, ninguém vai salvar o mundo. A parcela dos responsáveis que quer esse salvamento ainda é muito fraca, enquanto aqueles que agridem a natureza não dão muita atenção ao problema.

O problema das pessoas não é de forma alguma falta de tecnologia. E nosso desastre ecológico é um contra-exemplo para quem pensa o contrário. O problema é a falta do senso de coletividade. É a falta de se importar com os outros. É a falta de se importar consigo mesmo. Quando uma pessoa consegue gostar muito da sua vida, ela percebe a vida dos outros também é muito valiosa. Se, ao invés de, a humanidade, ter evoluído em termos tecnológicos, tivesse evoluído em aspectos de auto-conhecimento, relacionamentos interpessoais, felicidade individual e coletiva, poderíamos não ter tecnologia suficiente para salvar o mundo do curso da natureza, mas conseguiríamos nos ajudar e talvez até salvarmo-nos a todos através da cooperação.

Não quero culpar a ninguém por tentar concentrar para si a riqueza do planeta, talvez eu fizesse o mesmo se tivesse a oportunidade. Nem quero dizer que sou, ou que conheço alguém que seja, pronto a cooperar para o bem de todos.

Quero com isso dizer que o que vale a pena é ser feliz. E se conseguir ser feliz naturalmente você vai querer que os outros também sejam felizes. Aliás a alegria faz com que a gente tenha raciocínios mais claros e mais lógicos, enquanto a tristeza confunde a gente demais. De modo que fazemos as coisas mais bem feitas quando estamos alegres – por favor ninguém confunda com algazarra.

No mais vale citar aqui a antiga conjectura para religiosos e ateus do sentido da vida. Suponha que exista Deus, o que todos querem é ter a consciência tranqüila de que fizeram o máximo possível de coisas certas e portanto tiveram motivos para se alegrar em vida. Suponha que não exista Deus, o que todos querem é ter a consciência tranqüila de que fizeram o máximo possível de coisas certas e portanto tiveram motivos para se alegrar em vida.

Caros amigos, ricos e pobres, sábios e imbecís, da tecnologia, das humanidades, da saúde, do povo, das artes, esforcemo-nos. Não podemos evitar a morte e um monte de coisas mais. Mas podemos gostar mais de estar vivos

.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Toda experiência é boa

-
Pois é, às vezes a gente acha ruim determinada coisa na vida. Mas depois que o tempo passa, mesmo o inimigo pode ser uma lembrança boa. Tantas coisas trágicas acontecem, mas depois que nos recuperamos é que notamos que aquilo nos fez crescer. E é comum lembrar do erros e decepções de forma positiva.
Chegamos a essa conclusão Filipe e eu numa dessas conversas de madrugada sobre a nossa infância juntos. Então, para exemplificar que mesmo uma má experiência pode trazer algo de bom, ele contou essa história: "Se lembra aquele dia em que eu deixei que você me levasse no quadro da bicicleta. Eu estava aterrorizado. Mas quando eu desci, você não imagina como eu me senti bem."
.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Suco de Laranja

-
é preciso espremer a laranja para que ela dê seu suco
.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

PORRA!

-
PORRA!

À Seu Vaginí*


Nesse mundo,
No mundo dos animais e das coisas,
Tudo que está perto
Está de fato perto.

Mas os homens
Não habitam somente esse mundo.
Habitam também este aqui,
O mundo das filosofias,
Das histórias,
Das opiniões,
Dos fatos,
Dos ocorridos e dos por ocorrer,
Das receitas de remédio,
Das plantas de construção,
Das instruções de funcionamento de máquinas e atendimento ao cliente,
Dos pagamento de contas, do funcionamento bancário, etc.

Este mundo das idéias,
Que habitamos,
Cria realidades
Invisíveis
Impalpáveis
Incheiráveis
Pelos outros homens

De forma tal que
Se você está sentado ao lado de alguém
No ônibus
No consultório médico
Na sala de aula
No quarto ao lado
Ou no outro lado da cama
...
Se você está parado ao lado nesse
Mas vagando no mundo
De teorias imateriais,
Neste mundo,
Você só pode acreditar
Que está muito longe
E portanto:
Só.

Mais valeria encontrar-se à quilômetros de distância
Numa mesma cadeia de raciocínio.

Tal conclusão extra-lógia
Faz surgir um grito
Oco
(Como a masturbação no meio da tarde quando não se tem nada melhor pra fazer):
PÔOOOORRA!




*(Esta poesia é dedica ao pai de Mariri, cujo nome possui as vogais a e i, a letra v e a sílaba gi de modo que formei o anagrama vagini porque não consegui me lembrar do nome exato, apesar de ter perguntado repetidamente à várias pessoas. Seu Vaginí disse que eu tinha um bom raciocínio para as coisas matemáticas, mas não para a poesia. Lembrei disso quando estava escrevendo esta. Portanto a dedicatória. Também creio que o tema seja do seu interesse.)
.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

A vida e os dentes

a vida é que nem os dentes.. depois vc perde não tem mais.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Você que vai pra frente...

-
Olhe essa estrada.
.

Modelo Nacional

-
Fazendo amor
com a bandeira do Brasil
.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

domingo passado

-
O festival de circo acabou domingo passado
E o domingo passado acabou?
Quem passou correndo
Ficou para trás?

Tem algo por trás dessa coisa que entra e não sai
Que fica sem nunca ter chegado
E que se espera que volte, como se tivesse ido embora

Do mesmo jeito que essa hora
é ao mesmo tempo
o vir a ser da hora seguinte
e o deixar de ser do instante anterior
sem ser de fato momento algum

É como uma neblina de imagens, formas e sons
Passamos no meio
Tragando toda essa fumaça
Quem entra às vezes bem dentro dos pulmões
Mas que depois expiramos e voltamos a tragar novamente coisa qualquer
E nunca há de fato nada dentro ou através

Como uma música que não existia antes da primeira nota e
Desaparece na nota final
E é só um som transiente em cada instante infinitesimal
Que só faz sentido por causa do som anterior

E não faz sentido conceber essa quinta
sem a quarta, sem a terça...
sem o domingo passado
sem a sexta que vem

Um único longo momento
Impossível de sentir todo de uma vez só
E que não se reparte
.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O amor de Lídio

-
Pra aproveitar nome de carpinteiro e deixar o clima infantil o nome desse artesão é Gepeto. E ele tem uma loja de coisas de madeira, coisas que ele mesmo faz: cadeiras, mesas, estantes, armários, pranchas, brinquedos, carrinhos, piões. O Gepeto fabrica tudo, até piano. Essa loja fica perto de uma escola. E na escola estuda Carlos, Cláudio, Joaquim, Manuel, Alcides, Alceu, Álvaro, Antônio, outro Carlos, outro Pedro além daquele que saiu e se mudou pra outra cidade e ninguém tem mais notícia, Jaime, Jairo, Jorge e tantos mais. É uma escola só de rapazes. E osrapazes da escola tem o costume de passar na loja do bairro para olhar os brinquedos, as peças, os jogos e quebra-cabeças de madeira que Gepeto faz. Mas dificilmente algum dos rapazes compra o que quer que seja, pois eles são estudantes e não tem lá dinheiro que lhes permita gastos que não seja muito previamente programados. Noutro dia Jão comprou um pião, foi aquela sensação no pátio da escola, na hora do recreio, depois da aula, na casa dele à tarde, foi quase o mês todo aparecendo sempre alguém querendo brincar com o pião. Hoje, como era de se esperar, Jão não faz mais idéia de onde está o pião, onde foi parar, se alguém pegou emprestado, ou se devolveu, e se era legal mesmo botar ele pra rodar. Sabe-se somente que Jão teve um pião e não se lembra mais das caras. Sucedeu o mesmo quando Bartolomeu comprou um quebra-cabeça, quando Paulo comprou uma carroça, mas o jogo de damas que Pedro comprou, esse se usa ainda de vez em quando nos finaisdesemana. Mas Lídio tinha um sonho diferente, Lídio sempre quis o piano. Está bem que pra matar a anciedade ele comprou um carrinho, afinal de contas todo mundo tinha comprado um brinquedo na loja do Gepeto. Lídio gostou do carrinho, do carrinho e depois da flauta doce que ele também comprou lá. Mas continuou querendo o piano, ainda que essa vontade acalmasse um pouco por ocasião do período da novidade, enquanto ele desfrutava dos seus novos brinquedos. Opa! Tem um detalhe que pode passar despercebido, isso acontece quando a gente está muito envolvido na história e se esquece que o leitor pode não ter estado lá para saber de algo que é crucial: Lídio nunca viu o piano. Quer dizer ele só havia visto o piano por foto e desenho. Tinha ouvido do seu avô como era mágico o som do piano, e tinha lido sobre ele no livro. Aliás, foi por causa do piano que aprendeu a tocar a flauta doce, e que por conseguinte tocou trompete na banda da escola. Às vezes, Lídio duvidava da existência do piano, se precavia para não se decepcionar, e nem por isso o queria menos. Mas um dia chegou na escola um novo garoto, que veio da capital, o Marco. Ele era de outra turma, Lídio nunca havia reparado ele. Mas Marco estava para se tornar, sem querer, inimigo mortal e secreto de Lídio. Tudo aconteceu, quando numa sexta-feita a turma passou mais uma vez na loja de Gepeto. Como não tivessem mais nada de novo para observar e sentissem falta do dono da loja, um grupo foi lá pra trás, pra oficina de marcenaria. Em breves momentos voltam em correria e gritando: LídioLídio, Gepeto está fazendo um piano! Como? Um piano, ele está fabricando um piano! Não demorou nada pra que estivessem todos lá dentro, e abrindo passagem para Lídio se admirar. Perdeu o controle do queixo, que caiu olhando aquelas peças encostadas na parede. Quanto vai custar, Gepeto, esse piano? Não vai custar nada, heheh, este aqui já está pago, é muito caro fazer um piano, só posso fazer por encomenda. E o menino falou como se pensasse em voz alta, sem tirar a atenção das peças: um dia vou encomendar um piano pra mim também. Tomara filho, quem me dera eu pudesse fazer esse piano pra você, estou muito velho - tosse - este aqui é o último que faço. Ficou com cara de desapontado, pensando que, como seu pai, jamais sairia dessa cidade, e que não haveria mais Gepeto para lhe fazer um piano, e que mesmo se houvesse não teria dinheiro para encomendar um, como seu pai nunca teve. Depois de desapontado ficou decepcionado. E triste. Mas continuava a querer o piano. E por isso passou a ir todos os dias, quando podia, à loja do Gepeto e acompanhar os paços da confecção do seu sonho. Num desses dias foi que descobriu que o piano era um presente para o Marco. E passou a detestar vê-lo no pátio do colégio. Mas esquecia dele naquelas tardes ajudando Gepeto. Trabalhava com tanta dedicação e sem receber nada que sonhava de madrugada que o piano era seu. E sofria um bocado quando era lembrado, vendo o pai de Marco na oficina, que o piano não era seu. Com tanta ajuda que teve, Gepeto terminou rápido. E teve que guardar na oficina ainda por um tempo o presente de Marco, que nunca foi à loja. E Lídio passava lá toda as tarde, aprendendo a tocar, ouvindo o som, tirando a poeira, pedido pra lustrar. Faltavam poucos meses, dois ou três, para o aniversário, quando piano iria embora e Lídio decidiu não ir mais lá trás, até que visse o piano estando na loja, mas ir tocar nele nem vê-lo de perto. Lídio sabia que iria sofrer bem mais se continuasse a alimentar o sonho de que o piano ficaria, que iria para a sua casa. O piano não é meu, não vai ficar comigo, vai ser mais fácil se me acostumar desde agora, pois cada vez o quero mais
.

Milho-homem

-
Eu pessoalmente nunca fui bom de leitura.. eu confundo as palavras, troco as letras... quiseram atém me reprovar na alfabetização. E daí que trocando entre uma janela e outra li isso aí: Milho-homem. Depois de viajarmuito por cima das idéias, meio de longe, sem encostar em nenhuma - não como quem olha uma mulher na praia, porque aí quase se encostam osolhos, mas como quem olha o mar e horizonte e que não vê nada mesmo. Pois foi uma sensação de deslumbramento parecida... Milho-homem não trás de fato nenhumaidéia mas sempre um sentimento de que isso significa algo interessante, talvez até divertido, sei lá... depois de muito lembrei de algo concreto: o visconde de sabugosa
.

sábado, 19 de setembro de 2009

Ansiedade

Haveria um homem que morava no sul de um país de clima temperado. O homem sustentava a si e a sua família com os lucros da sua criação de cabras mas preserva ativa uma vinícola que herdara do seu tataravô. A vinícola nunca produziu para venda mas manteve uma produção constante desde a sua primeira safra. Esse homem manteve viva a tradição da família produzir seu próprio vinho. Assim também o fez seu filho, seu neto e seu bisneto. O bisneto desse homem teve um filho. O filho alcançou a idade de casar e seu pai o presenteou com o vinho mais antigo e saboroso que estava na vinícola. O vinho foi manufaturado pelo bisavô do noivo. Após a festa de casamento os noivos foram jantar a sós e o ele dispôs para sua agora esposa uma garrafa desse vinho precioso. Aqueles goles foram a primícia da noite de delícias do casal. E toda a ansiedade retesada fluiu num rio de prazer e alegria. Quanto tempo se esperaram antes de darem cabo ao chamado de construir uma família. Quanto tempo o vinho esperou para satisfazer seu destino, e num breve instante sumiu toda a tensão da espera para se transformar numa vida feliz onde não mais importava o passado amargo.

sábado, 15 de agosto de 2009

Fêfo birthday life at burburinho on August 14th, 2009

-

Fernando seja forte
que é pra
todo mundo saber
que a noite é criança
tu têve um menino
mas tão escondido
pra ninguém sabê
Alê Alê Alê
Xaxá

Fernando é Fernanda
sem mais blá blá blá
nem sobre, nem desce
nem deixa de dá
e passa e fica
até esfolar


Se ele for pro médico
é pra saber
se abusou do homem
"Continua inteiro?"
"Sim, tem mais ta faltando."
ê ê ê ê ê
"Pra alguém comêêê!"
ia iáááá
minha nêga o que eu ví
sá puta que eu já cumí
se perguntar iá iá
fui pra passargadá iá iá
até me assar

---
Comentários: a última estrofe é mais culpa do vinícius que minha..
o "blá blá blá" é culpa da paulinha-me-diz-oq-quieu-faço e tem um significado sociológico profundo que não compreendi suficientemente bem, mas consegui sentir essa energia..
lembrando que a putaria nas poesias de aniversário são só por diversão, e isso não tem nada a ver com o fêfo estar completanto, orgulhosamente, os 24

.

Reavivando o blog

-

Depois de eu me lembrar bastante e as pessoas questionarem bastante. Dou início a reabertura nessa da tão especial que o aniversário do nandolins. Data esta na qual eu tive o prazer com conhecer os pais deles em um momento no qual eu me lembrasse do q estava fazendo.

.

quarta-feira, 18 de março de 2009

A flecha Eleanor

-

Eleanor era uma flecha diferente das outras. Ela sabia que teria um vôo só, portanto queria que fosse o mais longe possível.
Eleanor sempre procurava observar os arqueiros. Ela pensava que se encontrasse aquele com a melhor pontaria ... seria quem a lançaria mais longe.
Até que um dia Eleanor ouviu um barulho de zombaria, estavam rindo do lançamento de uma seta realizado pelo lenhador. Ele era muito forte porém desajeitado. A flecha passou tão rapidamente ao lado do alvo que ninguém viu seu rastro quando sumiu na floresta.
Eleanor desejou ser lançada por aquele lenhador

.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

A Chegada de um Novo Planeta

Ao invés da analogia clássica da chegada de pessoas de outros mundos - usada para o fenômeno do "descobrimento" do Novo Mundo no século XVI. A internet pode ser comparada como a chegada de um outro mundo completo. Aqueles seres humanos clássicos, cujos processos cognitivos foram treinados somente a partir da interação com a matéria, não têm facilidade de se adapatar à mudança de interface que ocorreu. Já as novas gerações, que tiveram oportunidade de treinar seus cérebros com pares de ação e reação relacionados a botões, tvs etc., vivem tão traqüilamente nesse meio a ponto de esquecer a fronteira. Como exemplo o choque ao ver meu irmão de um ano e oito messes de vida apertando botões de um telefone celular e dizendo: "adê a mu" (cadê a música?). Porque ele já compreendeu que, como um carinho de brinquedo pode se perder atrás do sofá, a música pode se perder naquela caixinha de botões e janela. E o esforço para pegar o carrinho é se abaixar e esticar o braço, mas para achar a música é apertar os botões - muito embora ainda numa ordem desconhecida para ele.
Portanto a questão não é precisamente criar interfaces que se adaptem às pessoas - talvez para nós seres antiquados com mais de 20 (sic) anos. De fato as novas gerações se adaptam tão rapidamente a qualquer interface quanto aprendem a caminhar em pé. Com quais interfaces nós queremos treinar nossas crianças? Por mim colocaria elas imersas num espaço 3D completamente virtual e usando dispositivos que lhe permitisse usar todo o corpo de modo a evitar o sedentarismo. Suponha um programador apagando uma linha de código como um apagador de giz ou deletando um arquivo com um chute; arrastando e ligando blocos, montando softwares e acompanhado o fluxo de dados massivamete paralelo como o fluxo de tubulações hidraulicas.
O futuro que virá, com certeza só o conhecemos muito pouco. Mas se vamos querer influenciar alguma coisa nele é melhor não pensar em nós, porque nós vamos sair mais cedo dessa festa.

2009/1/13
Encaminhando



há décadas, o paradigma que guia nossa interação com sistemas de
informação é baseado em janelas, ícones, menus e apontadores... [mas
quais serão as interfaces em 2020?...]

veja uma discussao em...

http://smeira.blog.terra.com.br/2009/01/12/internet-em-2020-2-transparncia-e-privacidade/

s

--
. . . . . . .
anyone who tries to make a distinction between education and entertainment
doesn't know the first thing about either. marshall mcluhan

www.cesar.org.br [srlm: http://silviomeira.blog.terra.com.br]
+55 (81) 3425.4714



--
Tiago Buarque

http://postesemparalelo.blogspot.com/
http://rebeldiafm.blogspot.com/

Outro virá

Quando o Sol brilhou
foi por esse momento.
As estrelas dessa noite
arderam seu fogo anos atrás.

As árvores, os pés de cajás,
alguém plantou pra mim.
Alguém construiu por mim
e eu nem existia,
mas era certo que eu viria.

Tomara que quando eles venham
não haja só destruição.
Deus me livre de tal ingratidão.

Como eu aprendi,
também possa ensinar.
E mais.

Como eu comi,
também possa alimentar
a mais de um.

O mundo caminha,
o mundo cresce.
O que eu tirei de bom
que eu possa devolver a mais
pois certo como eu vou
outro virá.