quinta-feira, 29 de outubro de 2009

PORRA!

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PORRA!

À Seu Vaginí*


Nesse mundo,
No mundo dos animais e das coisas,
Tudo que está perto
Está de fato perto.

Mas os homens
Não habitam somente esse mundo.
Habitam também este aqui,
O mundo das filosofias,
Das histórias,
Das opiniões,
Dos fatos,
Dos ocorridos e dos por ocorrer,
Das receitas de remédio,
Das plantas de construção,
Das instruções de funcionamento de máquinas e atendimento ao cliente,
Dos pagamento de contas, do funcionamento bancário, etc.

Este mundo das idéias,
Que habitamos,
Cria realidades
Invisíveis
Impalpáveis
Incheiráveis
Pelos outros homens

De forma tal que
Se você está sentado ao lado de alguém
No ônibus
No consultório médico
Na sala de aula
No quarto ao lado
Ou no outro lado da cama
...
Se você está parado ao lado nesse
Mas vagando no mundo
De teorias imateriais,
Neste mundo,
Você só pode acreditar
Que está muito longe
E portanto:
Só.

Mais valeria encontrar-se à quilômetros de distância
Numa mesma cadeia de raciocínio.

Tal conclusão extra-lógia
Faz surgir um grito
Oco
(Como a masturbação no meio da tarde quando não se tem nada melhor pra fazer):
PÔOOOORRA!




*(Esta poesia é dedica ao pai de Mariri, cujo nome possui as vogais a e i, a letra v e a sílaba gi de modo que formei o anagrama vagini porque não consegui me lembrar do nome exato, apesar de ter perguntado repetidamente à várias pessoas. Seu Vaginí disse que eu tinha um bom raciocínio para as coisas matemáticas, mas não para a poesia. Lembrei disso quando estava escrevendo esta. Portanto a dedicatória. Também creio que o tema seja do seu interesse.)
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