quarta-feira, 30 de abril de 2008

Terapia da Fome

Recife, 28 de abril de 2008.

Estávamos conversando no carro, voltando do CinePE. Eu tinha acabado de explicar qualquer sem muita importância, afinal. Então o Colega tornou a reclar: Mas isso não resolve o fato de que estou com fome.
Não é possível tratar a fome com o mesmerismo - mesmerismo é uma palavra de escritor e estou imitando, como faz todo jovem que quer aprender a tocar um instrumento. Não existe uma terapia da fome. Hoje de manhã, estava fazendo prova oral de Inglês, professora perguntou: como se pergunta 'quantos anos você tem'? How old are you. Com qual verbo você pergunta? To be. Você disse 'she has nineteen'. Ah, she is nineteen. Perguntou com to be tem que responder com to be.
É isso, a fome do Colega é outro verbo. Não é como os problemas psicológicos, que ae tratam através da conversa. Porque, os problemas psicológicostêm origem em relacionamentos (diálogos) mas a fome do Colega tem outras razões.

domingo, 27 de abril de 2008

A Luta do Rochedo contra o Mar

Esse título sempre me chamou a atenção - apesar de estar bêbado em quase todas as vezes que ouvi. É um verso de uma samba, "(...)Acredito ser o mais valente Nessa luta do rochedo com o mar!!! É hoje o dia!!! Da alegria!!! E a tristeza...Nem pode, nem pode pensar em chegar!!! Diga espelho meu Se há na avenida alguém mais feliz que eu!".

Mas repare só, a luta do Rochedo contra o Mar. Quem está ganhando? Quem ganhará no final? O Rochedo é forte e se impõe e nada o tira do lugar, mas ele já usou toda sua força. O Rochedo está vencendo e em cada instante parece indestrutível. Mas o mar consumirá todo o rochedo. Já está consumindo, mas tão lentamente que não se percebe nem passados alguns anos. O mar está sempre perdendo, mas vencerá. Eis um paradoxo.

E o isso importa para nós, humanos? Dentre todas as formas de vidas que conhecemos nós somos a única com imaginação. E sabemos que podemos destruir qualquer Rochedo através da perseverança.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Mudando, ou não.



Resumo. Este texto vai tentar falar do fenômeno extraordinário de o ser humano querer mudar. Não falo das pessoas conscientes. Falo como as pessoas conscientes chegaram a tal ponto. Como o ser humano vence o medo de mudar? Como é que, inconscientemente, o desejo de mudar é mais forte que o medo? Qual o nome desse desejo?

Uma vez que você já leu o resumo não precisa ficar dizendo: "Porra, que texto grande! Nhen Nhen Nhen ...". Se você acha que tem mais letras escritas do que você consegue ler sem alterar seu pensamento estreito e pragmático. Se você não quer discutir, consigo mesmo, sua própria vida. Bom, se você tem receio ou acha um saco. Tudo isso é até normal. Ruim, mas natural. Bom, eu leria este texto, porque ele fala exatamente por que você diz isso.

A gente normalmente não suporta o mesmismo. Quer dizer, se for a mesma coisa sempre e não trouxer nenhuma alegria, é ruim. "Tava cansado de comer todo dia aquele feijão sem sal, aí vim aqui atrás de uma coisa diferente." "Não importa nem o que seja, sendo difrente tá bom."

Do mesmo modo ninguém quer sair de uma posição confortável. "Eu queria até tomar água, mas, se levantar do sofá, ela deita no meu lugar." "Eles estão colocando substâncias altamente nocivas nos cigarros, mas se eu denunciar esse fato os culpados vão negar tudo, me tirar todo o dinheiro, acabar com minha família, podem até tirar minha vida e, de todo modo, vão ficar impunes." E também tem aqueles versos da poesia Elegia 1938 do Drumond: "Aceitas a chuva, a guerra, o desemprego e a injusta distribuição/porque não podes, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan."

Deixa eu ver se consigo, através do excesso de tentativas, fazer vocês entenderem o que eu penso. Os seres humanos - o mesmo que "nós" - tendem a procurar uma situação mais cômoda e permanecer nela. Nós procuramos um local pra nos recostarmos e passar ali o maior tempo possível. O maior tempo possível pode ser inclusive a própria eternidade, porque ninguém acha que vai morrer um dia. Vou repetir até pelo menos eu entender. Eu me viro na cama até achar uma posição boa pra dormir. Me remexo na cadeira do cinema até ficar confortável. Eu tinha problemas sérios - e quem não tem? - em acertar a quantidade de achocolatado para um copo de leite.
O problema é que ninguém agüenta, durante muito tempo, situações incômodas. O cômodo é o que permanece. E o incômodo é o que muda. Vamos assumir que, em uma situação qualquer, existem pontos cômodos e incômodos. Se você valoriza mais os pontos cômodos, vai resistir à mudança, pois tem medo de perder o que tem. Contudo, se o incômodo for maior, a situação se torna inaceitável. Daí você muda ou absorve isso. Absorvendo, adquire alguma doença mental ou outro problema qualquer.
Usemos como exemplo uma relação humana muito importante: o namoro. Se um namoro vai bem - é divertido, enriquecedor etc. - tem tudo pra continuar, pois as vantagens, as comodidades, são mais importantes do que os incovenientes. Porém chega um ponto em que o namoro tem incômodos mais importantes do que os benefícios. Você tem sempre uma pessoa com quem sair, alguém pra transar no fim-de-semana, mas você não se importa com essa pessoa, não se importa com as coisas que vocês dividem, e/ou brigam muito e perturbam suas Paz(es), ou nada de novo acontece etc. Talvez seja uma boa hora para refletir se vale a pena ficar junto. Porque, se não vale a pena, tudo pode ficar mais desagradável. Mantendo uma situação sem perspectiva com medo de perder aquelas comidades. Quando a situação se torna insuportável, agimos irresponsavelmente na ânsia de eliminar o mais rápido possível esse incômodo. Daí surge um problema: um namoro mal acabado.
Um dos principais motivos do medo de mudar é a dúvida de como será o futuro. "O que eu vou fazer se eu mudar e perder essas coisas que são certas e com as quais aprendi a viver? Tudo o que faço é baseado nessas coisas. É mais fácil conviver com esse problema do que começar uma coisa toda nova que pode não dar certo também." É até um tanto de preguiça. Vou contestar esse constestador: "Do mesmo modo que você aprendeu a viver com essas coisas, pode aprender a viver com as outras. Do mesmo modo que aprendeu a viver com essa pessoa, vai aprender a viver com outra. É até uma coisa que dá alegria: construir. E vai ter muito a construir. Na verdade, pensamos mais na obra feita do que na construção. Mas a ação de construir dá mais prazer do que a edificação já posta. Você vai experimentar novas coisas. Vai poder fazer tudo o que você já faz e já gosta de uma outra maneira, vai descobrir muito mais coisas - coisas das quais você goste ainda mais. E se o prazer é fazer aquilo que já está acostumado: você vai se acostumar com tudo depois. Você não vai precisar conviver com o(s) antigo problema(s). E quanto a dar certo: isso depende de quem?"
- Já disseram no comercial da Ford: "O novo é belo."
Boa sorte e coragem para todos nós!

Elegia 1938

Trabalhas sem alegria para um mundo caduco,
onde as formas e as ações não encerram nenhum exemplo.
Praticas laboriosamente os gestos universais,
sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual.

Heróis enchem os parques da cidade em que te arrastas,
e preconizam a virtude, a renúncia, o sangue-frio, a concepção.
À noite, se neblina, abrem guarda-chuvas de bronze
ou se recolhem aos volumes de sinistras bibliotecas.

Amas a noite pelo poder de aniquilamento que encerra
e sabes que, dormindo, os problemas te dispensam de morrer.
Mas o terrível despertar prova a existência da Grande Máquina
e te repõe, pequenino, em face de indecifráveis palmeiras.

Caminhas entre mortos e com eles conversas
sobre coisas do tempo futuro e negócios do espírito.
A literatura estragou tuas melhores horas de amor.
Ao telefone perdeste muito, muitíssimo tempo de semear.

Coração orgulhoso, tens pressa de confessar tua derrota
e adiar para outro século a felicidade coletiva.
Aceitas a chuva, a guerra, o desemprego e a injusta distribuição
porque não podes, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan.

(Poesia de Carlos Drumond de Andrade do livro Sentimento do Mundo) Copiado desse link.

Leite Achocolatado

Estava escrevendo outro post e achei que era necessário registar isso aqui:

Para fazer um copo de leite achocolatado a quantidade adequada de chocolate em pó é uma colher de sopa rasa e mais a mesma quantidade de açúcar.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Frase 1

No fim do caminho, espero encontrar a origem.

Tiago Buarque

quarta-feira, 9 de abril de 2008

O Cérebro nosso de cada dia

Pois, enfim, meus amigos, e demais interessados - talvez amigos por afinidade de conteúdo, ou não. É chegada a hora de escrever mais um post, como uma rua toda de postes em paralelo, postes ligados por fios de alta tensão, ou não.
De fato uma coisa é certa, esses posts são todos de uma mesma origem: do nada. Podia-se até dizer que são meus, mas isso não é uma origem muito específica, como já deve ter ficado claro. Uma vez que acredito que o cérebro é, acima de tudo, uma máquina de gerar novas informações, uma máquina criativa. Quero que fique bem claro esse meu raciocínio: o cérebro funciona baseado num esquema de entrada e saída de informações. Onde as entradas são de duas origens bem distintas: interiores e exteriores. As saídas também podem ser divididas nesses dois tipos, interiores e exteriores.
Primeiro vamos ver o que são e como funcionam essas entradas e essas saídas. Depois veremos que o cérebro gera informações novas o tempo todo. Por final saberemos porque filtramos essas informações. Depois, como sempre, tentaremos mudar de assunto para manter o desvio de tema habitual.
As entradas exteriores são aquelas provenientes do mundo externo, isto é, do sinais recebido através dos sentidos - tato, paladar, olfato, visão e audição - e as informações processadas pelos sentidos, melhor dizendo, a interpretação desses sentidos e o mapeiamento entre os sentidos e o modelo mental do mundo que cada um tem. As entradas interiores são aquelas provenientes do cérebro mesmo, da memória armazenada desde o ventre materno: são os traumas, os medos, os sentimentos mais animais, as lembranças de cheiros e imagens, as coisas guardadas. Percebe-se que as entradas exteriores, por serem mapeadas no modelo do mundo, não são puramente exteriores, são uma interpretação do mundo exterior baseada nas coisas que já conhecemos.
Agora as saídas. As saídas interiores são pensamentos, indéias, sesassões, coisas dentro do cérebro. Já as saídas exteriores são ações do seu corpo baseadas no funcionemento do seu cérebro. As ações exteriores não estão restritas apenas a virar o olhos, fechar as palbebras, falar etc. mas englobam também doenças psicosomáticas, tais como a gastrite nervosa ocasionada pela produção excessiva se suco gastrico, produção devida à liberações desreguladas de hormônios quando o cérebro está desequilibrado, está nervoso nesse caso.
Bom, como o cérebro funciona, heim? O cérebro simplismente recebe entradas, mistura tudo, e gera saídas. Mas gera saídas o tempo todo. E gera saídas em cada uma das suas partes. O cérebro é composto por inúmeras partes que, apesar de se comunicarem, são responsáveis por saídas específicas. A ciência atual ainda discute muito sobre o cérebro e tenta definir bem suas partes, para não acabar com o trabalho dos nossos neurocientitas, vou me restringir a apenas duas parte do cérebro - na verdade dois grupos de partes: o autônomo e o crítico.
Como já disse, e quero que fique claro: o cérebro gera saídas o tempo todo. E é fácil perceber que recebe entradas o tempo todo também. Uma vez que gera as saídas baseadas nas entradas que recebe, e que gera saídas o tempo todo, faz-se necessário receber entradas o tempo todo para poder gerar essas saídas. E também é bom enfatizar que a maioria dessas entradas são, provavelmente, internas. E entradas internas são saídas de outras partes. Então, gera-se saídas o tempo todo e a maioria absoluta dessas saídas são entradas para de outras partes. Se você não entendeu esse paragrafo apenas se lembre que o cérebro gera saídas o tempo todo.
Vamos analisar agora as duas partes mais importantes do cérebro: o autônomo e o crítico. O autônomo é quem faz as coisas de verdade, é quem tem as idéias, é quem faz as saídas externas e internas, é quem faz surgir todos os pensamento em nossas cabeças, é quem tem os sonhos, é quem fica com raiva, tudo, tudo mesmo, é o autônomo. E basta o autônomo estar funcionando para que vivamos nossas vidas normalmente - é o que a maioria das pessoas faz. Mas o critíco é quem realmente faz a diferença. O crítico é cosciente. O crítico não faz nada a mais além de bloquear o autônomo. Opa! Não bloquear por medo, porque o medo pertence ao autônomo. No caso bloquear não é a palavra adequada, o mais correto seria: alterar o rumo.
O crítico altera o rumo. Por quê? Bom, espero que se lembre que o cérebro gera saídas o tempo todo. O cérebro fica funcionando sem parar, mas nem todos percebem isso porque o crítico cotrola isso. O crítico filtra, só deixa passar algumas coisas. Claro que isso também se deve ao evolucionismo. Uma vez que o autônomo gera muitas informações o tempo todo, e várias informações ao mesmo tempo e informações difícieis de mapear na vida real - como aquelas que vemos nos sonhos - não é útil à vida quotidiana.
Então o crítico é o bom senso, o senso comum etc. Mas o crítico também é "você", se você quiser. Como assim? Ora, o crítico permite uma reflexão sobre as coisas que ele conhece. Permitindo essa reflexão, se torna possível entender alguns pontos do seu funcionamento autônomo. Entendendo-se, é permitido julgar-se e modificar-se. Quer dizer que a partir do momento no qual uma pessoa começa a refletir sobre si própria, sobre as ações que deixou o autônomo excecutar, essa pessoa pode começar a escolher com consciência e clareza se quer continuar agindo daquele jeito ou tomar um rumo mais racional, mais próprio, baseado nas verdades que essa pessoa conhece. É isso que Nietzche quer dizer com "Torna-te quem és". E é isso que chamam de "Livre-Arbítrio", com isso quero dizer que uma escolha só é realizada quando se pensa sobre ela, sobre suas alternativas e decide por uma delas, livre de medo etc. (Fica claro, aqui, que não existe democracia no Brasil, uma vez que a maioria esmagadora dos eleitrores não escolhem os governante, pois não pensam.)
Nós, como seres pesantes, podemos pensar sobre qualquer coisa. Nós podemos pensar sobre nós mesmos. E pensando sober nós, podemos escolher quem somos, quem queremos ser. As máquinas não podem se modificar porque não recebem como entrada informações sobre elas mesmas, mas nós recebemos, nós somos conscientes.
Quero citar agora um conversa, que tive com Digão, sobre criatividade. É possível modificar o crítico inclusive no aspecto da filtragem de informação que ele faz. Se nos dedicarmos a considerar outras hipóteses como plausíveis o crítico vai deixando passar mais saídas do autônomo. Ou seja, é possível ser mais criativo apenas aceitando algumas idéias que você costuma rejeitar. Por que não aceitar todas? Só não tem idéias imbécis quem tem pouquíssimas idéias, ou nenhuma. Se você considerar uma idéia a priori, outras idéias vão passar pelo crivo do crítico e você pode analisá-las e trabalha-las com calma depois. Fazendo isso aumenta a chance de achar boas idéias. Do mesmo modo podemos considerar, além das idéias, as pessoas. Quanto menos preconceito podemos conhecer as pessoas melhor e decidir se são boas ou más para nossas vidas...
Embora tenha fugido ao tema menos do que queria, acho que esse post já está longo demais. Abraços a todos e até sexta-feira que vem.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

O Fim do Mundo e a Morena

Hoje, conversando com um amigo no ônibus, ele veio me contar das duas vezes em que deu um "cavalo-de-pau*":

A primeira vez eu era muito novo, o carro começou a girar e escorregar pela pista molhada, os pneus estavam quase carecas o carro foi parar a dois palmos do muro de uma escola.
A segunda vez tava um pessoal dentro do carro, o meu primo e uma amiga dele muito gostosa. Fui dar o cavalo-de-pau só pra me amostrar. Eu achei que só funcionava com o carro acima de 80, quando chegou em 50 eu freei e puxei a direção só um pouquinho. O carro deu meia-volta completa e ficou com a frente virada pra onde antes eram as costas. Fiquei assustado demais. Não queria ter feito isso.


"Não queria ter feito isso." Era onde eu queria chegar. Gravaram bem? "Não queria ter feito isso." É uma frase comum após experiências mal sucedidas, principalmente quando seus experimentos acabam machucando outros que não estão envolvidos na brincadeira. Bom, essa frase do meu amigo - "Não queria ter feito isso." - me tocou um pouco quando a imaginei vinda da boca de algum cientista, em particular dos cientistas que estão tentando replicar o Big Bang.

- O quê?

Bom, é mais ou menos isso, essa tarde li uma notícia no Estadão que dizia que cientistas do Havaí estavam contestando essa experiência. Por quê? Porque acharam que um choque de prótons - que é o q vão fazer - poderia gerar um buraco negro. Um buraco a mais, um buraco a menos, o que importa? Acontece que um buraco negro simplismente suga tudo a sua volta, por exemplo alguma estrela que estiver por perto. O que aconteceria com um buraco negro na Terra? Em pouco instantes ela seria engolida.
Agora imagine, daqui a alguns meses, nós ocupados em nossos ofícios pouco prazerosos, pensando em como pagar a conta de energia e na cerveja próxima sexta-feira, pensando em morenas fantásticas que talvez nunca conheçamos e nos confortando que temos a vida toda pela frente e acabaremos nos conformando com tudo. Bom, estamos nós curtindo o nosso livre prazer de existir quando um cara está tentando dizer "Não queria ter feito isso." e sendo engolido por uma coisa que só alguns físicos no mundo sabem o que é direito e segundos depois nós sumimos sem aquele tradicional desespero de fim de mundo - onde era a nossa única chance e nossa única esperança de possuir aquela morena ao lado.
O triste não é nem o fim do mundo em si, porque o fim do mundo e a morte são coisas previstas e portanto programadas. O triste, o que me deixou abalado mesmo, é saber que não vai ter tempo da morena se desesperar e não vai pintar minha chance. E que essa experiência deve ser feita daqui a dois ou três meses, isso é, tá tão perto que nem dá tempo de eu bolar uma estratégia pra convencer tal morena, que o mundo vai se acabar e que não faz o mínimo sentido ela continuar a me ignorar. E que se, no desespero do fim do mundo, ela tivesse uns trinta segundos pra pensar no que poderia ter feito, com certeza eu estaria por meio segundo nos pensamentos dela. Fazendo a proporção, se ela tivesse 30 segundos, 0,5 segundos são completamente meus, assumindo que temos 2 ou 3 meses o equivalente seria 24 ou 36 horas pra mim, isto é, um fim-de-semana. Mas a morena não sabe, não sabe que o mundo vai se acabar, não sabe do meus desespero, provavelmente já esqueceu a regra de três e não conhece a gravidade do problema do desaparecimento da terra, pois não leu o Guia dos Mochileiros das Galáxias...

*cavalo-de-pau, pra quem não sabe, é uma manobra automobilística de certo risco, onde o piloto do veículo inicia a manobra com o carro a certa velocidade, encaminhando o carro em linha reta, depois puxa o freio-de-mão e vira a direção do automóvel para um dos lados.