terça-feira, 13 de janeiro de 2009

A Chegada de um Novo Planeta

Ao invés da analogia clássica da chegada de pessoas de outros mundos - usada para o fenômeno do "descobrimento" do Novo Mundo no século XVI. A internet pode ser comparada como a chegada de um outro mundo completo. Aqueles seres humanos clássicos, cujos processos cognitivos foram treinados somente a partir da interação com a matéria, não têm facilidade de se adapatar à mudança de interface que ocorreu. Já as novas gerações, que tiveram oportunidade de treinar seus cérebros com pares de ação e reação relacionados a botões, tvs etc., vivem tão traqüilamente nesse meio a ponto de esquecer a fronteira. Como exemplo o choque ao ver meu irmão de um ano e oito messes de vida apertando botões de um telefone celular e dizendo: "adê a mu" (cadê a música?). Porque ele já compreendeu que, como um carinho de brinquedo pode se perder atrás do sofá, a música pode se perder naquela caixinha de botões e janela. E o esforço para pegar o carrinho é se abaixar e esticar o braço, mas para achar a música é apertar os botões - muito embora ainda numa ordem desconhecida para ele.
Portanto a questão não é precisamente criar interfaces que se adaptem às pessoas - talvez para nós seres antiquados com mais de 20 (sic) anos. De fato as novas gerações se adaptam tão rapidamente a qualquer interface quanto aprendem a caminhar em pé. Com quais interfaces nós queremos treinar nossas crianças? Por mim colocaria elas imersas num espaço 3D completamente virtual e usando dispositivos que lhe permitisse usar todo o corpo de modo a evitar o sedentarismo. Suponha um programador apagando uma linha de código como um apagador de giz ou deletando um arquivo com um chute; arrastando e ligando blocos, montando softwares e acompanhado o fluxo de dados massivamete paralelo como o fluxo de tubulações hidraulicas.
O futuro que virá, com certeza só o conhecemos muito pouco. Mas se vamos querer influenciar alguma coisa nele é melhor não pensar em nós, porque nós vamos sair mais cedo dessa festa.

2009/1/13
Encaminhando



há décadas, o paradigma que guia nossa interação com sistemas de
informação é baseado em janelas, ícones, menus e apontadores... [mas
quais serão as interfaces em 2020?...]

veja uma discussao em...

http://smeira.blog.terra.com.br/2009/01/12/internet-em-2020-2-transparncia-e-privacidade/

s

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. . . . . . .
anyone who tries to make a distinction between education and entertainment
doesn't know the first thing about either. marshall mcluhan

www.cesar.org.br [srlm: http://silviomeira.blog.terra.com.br]
+55 (81) 3425.4714



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Tiago Buarque

http://postesemparalelo.blogspot.com/
http://rebeldiafm.blogspot.com/

3 comentários:

cabeça disse...

Muito bom, velho coxa!
Ontem mesmo estavamos conversando sobre isso e das implicações extremas dessa linha de pensamento, como, por exemplo, se nós aceitaríamos ser operados por um robô?
Lembrei então que dia desses vi uma reportagem sobre uns pesquisadores americanos que colocaram um 'robô criança' em uma escola para interagir com as crianças e estas o tratavam como um deles.
Se a grande maioria de nós, hoje, responderia não a pergunta mensionada, boa parte das crianças de hoje acharão estranho é se ainda forem operadas por outros seres humanos, tao imprecisos e as vezes falhos.

jera disse...

texto interessante, coxón... e bem escrito.
=]

lp7 disse...

isso tem algo de teosofia com logosofia creio eu?