quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Vagabundo Iluminado

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Eu quero deslisar
no seu corpo quilométrico
Contornar gigantescas saliências
por cima e pelos lados
E acariciá-la com meus pés
em passos largos
mãos abertas e espalmadas
projetando todo o peso do meu corpo

Lavar meu cabelo
(e minha pele)
na queda da sua saliva
Mergulhar na tua língua
que lambe e dissolve
pedras inteiras de sal
Essa tua língua que alcança
todas as línguas dos homens

Saído de tal banho maravilhoso
ser limpado pelas mãos das tuas filhas
E me enxugar na tua respiração
Depois atiçar fogo nas tuas pernas
e fazer com tuas meninas
o que Policarpo fez com tê
Mas me liberta
me liberta dos desejos

Eu quero subir no pico do teu peito
e apreciar o brilho de tua pele sob o Sol
no início da manhã
e no final da tarde
Ouvir os insetos te cantarem
ao meio dia
E seguir as marcas da tua pele
bolinhas de cocô de veado

Todos os pássaros cantam sobre ti
enquanto te ouço em silêncio
flutuando no infinito,
tu de cabeça pra baixo
Mulher imensa e redonda
de blusa azul
e olhos verdes
e saia branca

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